"Uma doula é alguém (mulher/homem/pessoa não binária) que compreende a fisiologia do nascimento e presta apoio emocional e informativo, baseado em evidências científicas (sempre que possível), a outras pessoas durante a gravidez, parto, pós-parto, ou em outras situações como na amamentação, preconceção ou perda gestacional.”
"Uma doula é alguém (mulher/homem/pessoa não binária) que compreende a fisiologia do nascimento e presta apoio emocional e informativo, baseado em evidências científicas (sempre que possível), a outras pessoas durante a gravidez, parto, pós-parto, ou em outras situações como na amamentação, preconceção ou perda gestacional.”
Há ainda doulas que prestam apoio a outras mulheres em fases especiais da vida destas (menarca/idade fértil/menopausa) e que são as doulas do Sagrado Feminino.
Lê-se: Dou-la e não Dula (versão em inglês), ou doulá.
Doula é uma palavra grega que significa "mulher que serve" e era designativa das mulheres que cuidavam de outras, especialmente grávidas, mulheres lactantes ou com crianças recém-nascidas. As doulas acompanhavam o crescimento destas crianças nas suas várias etapas de desenvolvimento, estando muitas vezes presentes, como uma figura materna de confiança, ao lado dos filhos da mulher a quem serviam. Esta palavra foi usada pela primeira vez no ocidente pela escritora americana Dana Raphael no seu livro “The Thender Gift” onde é feita a referência a mulheres e homens que facilitam o apoio emocional e físico a outras durante o trabalho de parto e parto.
Mas tarde, uma equipa de pediatras, Marshall Klaus, Phillys Klaus e John Kennel (falecido em Agosto de 2013), usaram esta designação para descrever as mulheres que davam apoio físico em hospitais na Guatemala, onde efetuaram um estudo sobre os benefícios deste apoio.
Evidências Científicas
Inicialmente seis trabalhos controlados aleatoriamente confirmaram os benefícios do trabalho das doulas. Destes seis estudos, dois foram realizados na Guatemala (um com 136 mulheres e outro com 465 ). Os restantes estudos foram realizados no Texas (com 416 parturientes), em Johanesburg, África do Sul (com 192 parturientes), na Finlândia e no Canadá. Todas as participantes do estudo eram primíparas, saudáveis e tinham tido gravidezes sem qualquer problema médico. Foram selecionadas para participar no estudo aquando da admissão no hospital, apresentando-se já em trabalho de parto.
As doulas da Guatemala foram treinadas num curso de três semanas, mas as da África do Sul eram mulheres sem qualquer treino. Todas foram orientadas a permanecer constantemente ao lado das grávidas, utilizando verbalizações e toque e tendo como foco três fatores primários: conforto, confiança e reforço das capacidades. Todas as doulas deste estudo haviam tido a experiência prévia de trabalhos de parto normais e partos vaginais.
Os resultados do estudo foram impressionantes!
Quando se tem uma doula há:
Além disso, outros resultados positivos foram acrescentados, a saber:
A Biblioteca Cochrane de Medicina Baseada em Evidências deixa muito clara a importância das doulas para a melhoria dos resultados obstétricos, demonstrando que a assistência oferecida pelas doulas é sustentada por evidências claras e inquestionáveis:
“Levando-se em consideração os claros benefícios e a ausência de riscos associados com o apoio durante o parto, todos os esforços devem ser feitos para assegurar que qualquer mulher em trabalho de parto receba suporte contínuo, não apenas daqueles próximos a ela, mas também de profissionais treinados. Esse suporte deve incluir presença contínua, conforto pelo toque e encorajamento”.
Todos conhecemos a equipa hospitalar que atende partos: um médico, uma ou mais enfermeiras, um anestesista e outros auxiliares. Neste ambiente centrado na tecnologia e no controlo das máquinas, quem cuida do bem-estar físico, mental e emocional da mulher?
O parto é um evento social, afetivo, físico, espiritual, sexual e emocional, e no ambiente desconhecido e mecanizado dos grandes hospitais assiste-se a um incremento de medo, ansiedade e dor, que estão profundamente interligados (um leva ao outro e aumentam-se reciprocamente). Surge assim a necessidade de considerar o apoio emocional, afetivo e funcional à grávida em trabalho de parto. Os estudos de Klaus e Kennell comprovam exatamente isso: não há risco algum em ter um acompanhante de parto. Antes pelo contrário, os autores verificaram que são muitos os benefícios deste acompanhamento, tais como a redução da duração do trabalho de parto, menor perceção da dor, maior satisfação das mulheres, menos taxas de cesariana, etc.
Depois destes estudos, centenas de outros já foram realizados, demonstrando claramente que o apoio contínuo oferecido por uma doula traz todos os benefícios à parturiente e até à equipa médica e de enfermagem.
Mas tarde, uma equipa de pediatras, Marshall Klaus, Phillys Klaus e John Kennel (falecido em Agosto de 2013), usaram esta designação para descrever as mulheres que davam apoio físico em hospitais na Guatemala, onde efetuaram um estudo sobre os benefícios deste apoio.
Evidências Científicas
Inicialmente seis trabalhos controlados aleatoriamente confirmaram os benefícios do trabalho das doulas. Destes seis estudos, dois foram realizados na Guatemala (um com 136 mulheres e outro com 465 ). Os restantes estudos foram realizados no Texas (com 416 parturientes), em Johanesburg, África do Sul (com 192 parturientes), na Finlândia e no Canadá. Todas as participantes do estudo eram primíparas, saudáveis e tinham tido gravidezes sem qualquer problema médico. Foram selecionadas para participar no estudo aquando da admissão no hospital, apresentando-se já em trabalho de parto.
As doulas da Guatemala foram treinadas num curso de três semanas, mas as da África do Sul eram mulheres sem qualquer treino. Todas foram orientadas a permanecer constantemente ao lado das grávidas, utilizando verbalizações e toque e tendo como foco três fatores primários: conforto, confiança e reforço das capacidades. Todas as doulas deste estudo haviam tido a experiência prévia de trabalhos de parto normais e partos vaginais.
Os resultados do estudo foram impressionantes!
Quando se tem uma doula há:
- 50% de redução nas cesarianas;
- 25% de redução na duração do trabalho de parto;
- 30% de redução no uso do fórceps;
- 40% de redução no uso de ocitocina;
- 60% de redução no uso de analgesias epidurais;
- 30% de redução no uso de medicação para dor.
Além disso, outros resultados positivos foram acrescentados, a saber:
- Aumento nas taxas de amamentação;
- Diminuição dos índices de Depressão Pós-Parto;
- Aumento da satisfação materna;
- Reforço da interação mãe-bebé.
A Biblioteca Cochrane de Medicina Baseada em Evidências deixa muito clara a importância das doulas para a melhoria dos resultados obstétricos, demonstrando que a assistência oferecida pelas doulas é sustentada por evidências claras e inquestionáveis:
“Levando-se em consideração os claros benefícios e a ausência de riscos associados com o apoio durante o parto, todos os esforços devem ser feitos para assegurar que qualquer mulher em trabalho de parto receba suporte contínuo, não apenas daqueles próximos a ela, mas também de profissionais treinados. Esse suporte deve incluir presença contínua, conforto pelo toque e encorajamento”.
Todos conhecemos a equipa hospitalar que atende partos: um médico, uma ou mais enfermeiras, um anestesista e outros auxiliares. Neste ambiente centrado na tecnologia e no controlo das máquinas, quem cuida do bem-estar físico, mental e emocional da mulher?
O parto é um evento social, afetivo, físico, espiritual, sexual e emocional, e no ambiente desconhecido e mecanizado dos grandes hospitais assiste-se a um incremento de medo, ansiedade e dor, que estão profundamente interligados (um leva ao outro e aumentam-se reciprocamente). Surge assim a necessidade de considerar o apoio emocional, afetivo e funcional à grávida em trabalho de parto. Os estudos de Klaus e Kennell comprovam exatamente isso: não há risco algum em ter um acompanhante de parto. Antes pelo contrário, os autores verificaram que são muitos os benefícios deste acompanhamento, tais como a redução da duração do trabalho de parto, menor perceção da dor, maior satisfação das mulheres, menos taxas de cesariana, etc.
Depois destes estudos, centenas de outros já foram realizados, demonstrando claramente que o apoio contínuo oferecido por uma doula traz todos os benefícios à parturiente e até à equipa médica e de enfermagem.
os papeis da doula
Durante a gravidez
Acompanha durante a gestação através de apoio emocional, esclarecimento de dúvidas e procura de informação. Ajuda também a planear e desmistificar o trabalho de parto e puerpério (pós-parto).
Durante o Trabalho de Parto
No trabalho de parto, a doula está ao lado da mãe criando uma esfera de proteção e confiança que facilita a progressão do trabalho de parto. A doula poderá propor medidas de conforto como duche ou banho, toque de conforto, relaxamento ou respiração profunda. A doula apoia também o pai/pessoa significativa e mostra como estxs poderão ser úteis e mais participativos, se for esse o seu desejo.
Quando o parto decorre no hospital, a doula é a única profissional que garante assistência personalizada e contínua à parturiente, funcionando também como um elo de ligação entre a equipa de atendimento e o casal. A doula explica os termos médicos e os procedimentos hospitalares visando sempre proteger a experiência emocional do parto para a mulher/o casal. A doula não executa atos médicos nem perturba a equipa médica, sendo sempre que possível diplomata nas suas ações.
No Pós-Parto ou Puerpério
A doula também presta serviços no pós-parto, nomeadamente no que respeita aos cuidados a ter com o recém-nascido, apoio na amamentação, adaptação da família a um novo elemento ou realização de pequenas tarefas domésticas (caso a doula disponibilize este serviço).
Acompanha durante a gestação através de apoio emocional, esclarecimento de dúvidas e procura de informação. Ajuda também a planear e desmistificar o trabalho de parto e puerpério (pós-parto).
Durante o Trabalho de Parto
No trabalho de parto, a doula está ao lado da mãe criando uma esfera de proteção e confiança que facilita a progressão do trabalho de parto. A doula poderá propor medidas de conforto como duche ou banho, toque de conforto, relaxamento ou respiração profunda. A doula apoia também o pai/pessoa significativa e mostra como estxs poderão ser úteis e mais participativos, se for esse o seu desejo.
Quando o parto decorre no hospital, a doula é a única profissional que garante assistência personalizada e contínua à parturiente, funcionando também como um elo de ligação entre a equipa de atendimento e o casal. A doula explica os termos médicos e os procedimentos hospitalares visando sempre proteger a experiência emocional do parto para a mulher/o casal. A doula não executa atos médicos nem perturba a equipa médica, sendo sempre que possível diplomata nas suas ações.
No Pós-Parto ou Puerpério
A doula também presta serviços no pós-parto, nomeadamente no que respeita aos cuidados a ter com o recém-nascido, apoio na amamentação, adaptação da família a um novo elemento ou realização de pequenas tarefas domésticas (caso a doula disponibilize este serviço).
O que a doula não faz
A doula não efetua qualquer procedimento médico, e portanto, não substitui qualquer dos profissionais tradicionalmente envolvidos na assistência ao parto. A doula não deve perturbar o ambiente domiciliar nem hospitalar por razões pessoais ou outras. A equipa precisa de sentir que a doula é um elo de ligação e uma mais-ajuda ao processo e não uma perturbação ou entrave.
quais os benefícios da doula?
A presença da doula produz um clima de intimidade, carinho, afeto e, acima de tudo, segurança.
As mães relatam uma experiência de parto mais satisfatória e gratificante, sentem-se mais fortalecidas, apresentam níveis mais baixos de ansiedade e níveis mais elevados de atenção e recetividade para com o seu bebé. O risco de depressão pós-parto também é diminuído. Tudo isto favorece o vínculo precoce entre ambos.
Além dos benefícios para mãe existem outros benefícios importantes:
Para o bebé
Os benefícios para o bebé também são evidentes. O risco de complicações e de internamento prolongado é diminuído, favorece-se o sucesso da amamentação e o reforço do vínculo mãe/pai/cuidadores e o bebé.
Para a equipa hospitalar (médicos e enfermeiros)
No que concerne à equipa médica, a doula contribui também para a diminuição da sua ansiedade, da pressa, dos receios e de todas as intervenções médicas daí decorrentes.
A presença da doula ajuda a grávida a perceber qual a melhor altura para se dirigir ao hospital/maternidade, evitando que essa deslocação se realize demasiado cedo (processo que pode desencadear a trilogia stress/tensão/medo).
A entrada no trabalho de parto franco (ativo) e a chegada ao ponto de não retorno (a partir da meia dilatação) asseguram e firmam a confiança da parturiente e da equipa médica. Optar por ter uma doula é, muito provavelmente, a decisão mais importante que uma mulher pode tomar durante a gravidez para tentar viver um parto humanizado.
As mães relatam uma experiência de parto mais satisfatória e gratificante, sentem-se mais fortalecidas, apresentam níveis mais baixos de ansiedade e níveis mais elevados de atenção e recetividade para com o seu bebé. O risco de depressão pós-parto também é diminuído. Tudo isto favorece o vínculo precoce entre ambos.
Além dos benefícios para mãe existem outros benefícios importantes:
Para o bebé
Os benefícios para o bebé também são evidentes. O risco de complicações e de internamento prolongado é diminuído, favorece-se o sucesso da amamentação e o reforço do vínculo mãe/pai/cuidadores e o bebé.
Para a equipa hospitalar (médicos e enfermeiros)
No que concerne à equipa médica, a doula contribui também para a diminuição da sua ansiedade, da pressa, dos receios e de todas as intervenções médicas daí decorrentes.
A presença da doula ajuda a grávida a perceber qual a melhor altura para se dirigir ao hospital/maternidade, evitando que essa deslocação se realize demasiado cedo (processo que pode desencadear a trilogia stress/tensão/medo).
A entrada no trabalho de parto franco (ativo) e a chegada ao ponto de não retorno (a partir da meia dilatação) asseguram e firmam a confiança da parturiente e da equipa médica. Optar por ter uma doula é, muito provavelmente, a decisão mais importante que uma mulher pode tomar durante a gravidez para tentar viver um parto humanizado.
- A doula faz o parto?
Nem pensar! Sabemos que quem faz o parto é a mãe e o bebé, com a ajuda preciosa da/o parteira/o (enfermeira/o especialista em saúde materna e obstétrica - EESMO) que é responsável pela segurança da mulher e bebé, e do obstetra, em caso de alguma complicação. A doula presta apoio emocional e informativo durante a gravidez e no parto. Neste, a doula usa algumas técnicas que podem ajudar a grávida a viver de forma mais positiva o seu parto (métodos não farmacológicos de alívio da dor, por exemplo), mas nunca fará um ato médico, nem diagnósticos ou interferir no trabalho dos profissionais de saúde.
FAQs
Vamos ter um parto em casa, basta uma Doula?
Não, de forma alguma. Primeiro precisa de saber se é uma boa candidata a um parto em casa (gravidez de baixo risco, por exemplo), ter uma doula e procurar então uma parteira ou parteiro. Deve dirigir-se ao site da Ordem dos Enfermeiros e verificar se a/o parteira/o que procura está inscrita nesta Ordem. Se não estiver, faça reclamação e procure outra/o que esteja inscrita/o. Apenas o/a enfermeiro/a especialista em saúde materna e obstétrica está habilitado para acompanhar partos em casa e apenas este é responsável pela segurança médica da mãe e bebé. Isso não é responsabilidade da doula.
A Doula desempenha o seu papel durante todos os processos da gravidez?
O papel da doula é apoiar informativamente baseando-se em evidências científicas (sempre que possível) e apoiando emocionalmente, para que durante a gravidez, parto e pós-parto a mulher e/ou casal possam ver as suas dúvidas, medos ou outras questões, esclarecidas e aprofundadas. Mesmo antes da gravidez, a doula tem um papel ativo no esclarecimento de dúvidas e no desenvolvimento pessoal de cada pessoa que se prepara para a maternidade, na pré-conceção consciente, por exemplo.
Que conselhos ou diretrizes devemos seguir para escolher uma doula?
Seguir o coração. Leia aqui algumas sugestões, e depois volte a seguir o coração. A escolha da doula precisa vir desse espaço no peito onde reside o amor. A empatia. A confiança. Se não sentir nada disto com a sua doula, mude de doula.
As doulas levam dinheiro pelo seu trabalho?
Claro que sim, é um trabalho como qualquer outro, que exige despesas, tempo e dedicação profunda, muitas vezes 24h sobre 24h. Algumas fazem voluntariado no início, mas recomendamos sempre que coloquem um valor neste trabalho. O dinheiro ainda é uma forma de troca, muito válida na nossa sociedade. Se tiver dificuldades financeiras, escolha a sua doula primeiro e depois explique isso. Há várias formas de contornar essa situação com certeza.
Os homens podem ser doulas? Como se chama um homem doula?
Claro que sim, sabemos que qualquer pessoa, seja qual for o seu género, possa dar apoio emocional e informativo e compreender a fisiologia do nascimento. Um homem doula é chamado de doula, como, por exemplo, a testemunha, que é aplicável a um homem ou mulher. Por exemplo, a doula Mário ou a doula Jason.
Se eu não tiver tido ainda filhos, posso ser doula, mesmo assim?
Claro que sim, não é sobre a nossa experiência, mas sim pela entrega e presença no apoio às outras pessoas. E se insistirem que não podes ser doula porque não tens filhos, lembra-te que as pessoas que dão apoio nas doenças terminais e nos cuidados paliativos, não morreram antes para poder fazer esse trabalho...
Ter filhos pode ser tanto útil como prejudicial, tendo em conta a experiência vivida. Se tiveste uma experiência difícil ou traumática deverás olhar de forma mais profunda para essa experiência, de forma a integrar, antes de acompanhares outras pessoas.
Ter filhos pode ser tanto útil como prejudicial, tendo em conta a experiência vivida. Se tiveste uma experiência difícil ou traumática deverás olhar de forma mais profunda para essa experiência, de forma a integrar, antes de acompanhares outras pessoas.
Se eu tiver tido uma cesariana, posso ser doula?
Claro que sim, a fundadora da Rede, a Doula Luísa teve duas. Isso não a impediu de questionar, recriar-se na sua experiência e permitir a tantas pessoas uma experiência positiva e transformadora. Uma cesariana por vezes abre portas que desconhecíamos que existiam e através delas, crescemos e descobrimos quem somos. Eventualmente...
As doulas fazem todas a mesma coisa? É um grupo homogéneo?
Claro que não. Há muita diversidade e heterogeneidade entre as doulas, apesar de a maior parte das pessoas imaginarem que todas têm a mesma abordagem e os mesmos princípios. Há doulas que integram diferentes tipos de conhecimento, algumas com mais terapia física e de movimento, outras com o reconhecimento do corpo, outras mais espirituais, outras com abordagens mais intimistas, mas todas acolhemos a mulher/pessoa e a sua família. Existem todos os tipos de mulheres/pessoas e de famílias, por isso precisamos de todo o tipo de doulas no mundo, com abordagens muito diferentes, mas com a temática em comum de acolher e estar ao serviço. Em consciência.
Outras perguntas:
-Quando se pode contactar uma Doula? As doulas trabalham só com a mulher/pessoa grávida ou também com o pai do bebé ou outra pessoa significativa?
Pode contactar uma doula quando quiser. O ideal seria antes de engravidar para que a consciência do processo seja mais profunda. E sim, trabalhamos também com o pai do bebé, ou com quem estiver a acompanhar a grávida, seja a companheira, parente, pessoa significativa, etc.
-Onde podemos encontrar uma Doula? Como sabemos que a doula que escolhemos é competente para o trabalho que está a desenvolver?
Podem encontrar uma doula aqui ou no Facebook em Rede Portuguesa de Doulas. Todas as doulas seguem um Código de Ética, e todas têm apoio no seu trabalho, tendo supervisão e intervisão (doulas mentoras) Se alguma Doula faltar a este código de ética, ela não fará mais parte da Rede. Se tiverem alguma dúvida, questão ou reclamação, existe no site um espaço para isso.
-Uma doula pode ser útil quando um casal está a tentar engravidar e não consegue?
Claro que sim, faz todo o sentido. Muitas pessoas nos procuram ainda antes de engravidar porque desejam estar informadas da melhor maneira para que a sua gravidez antes de mais aconteça, e que aconteça de forma saudável, segura e mais consciente. Com toda a informação baseada em evidências, mas também com trabalho emocional.
-Quando acontece uma gravidez não planeada pelo casal e a mãe fica em estado de choque, a doula pode ajudar a ultrapassar este estado e aceitar a situação?
Muitas gravidezes não são planeadas, mas desejadas e mesmo assim é um turbilhão de emoções. Por um lado quer-se, por outro "agora" não. Também há medo, como os medos de não ser capaz, de perder o bebé, ou de não querer agora uma responsabilidade tão grande, ao mesmo tempo um desejo enorme de estar grávida! Parece loucura, mas não. A doula acompanha cada etapa desta fase, recordando a naturalidade deste processo e em caso de necessidade, encaminhando para profissionais de saúde quando a doula percebe que alguma situação a transcende.
-As grávidas assistem habitualmente a consultas de pré-natal, as doulas acompanham-nas?
Se esse for o desejo da mulher/casal, claro que sim. Mas queremos pessoas autónomas e responsáveis, por isso antes da consulta vamos apoiar na compreensão de termos técnicos, opções, escolhas informadas para que se sinta informada e não perdida nessas consultas, como por vezes acontece. A doula não é uma bengala, pelo contrário, mune-a de ferramentas para que ela aprenda a sentir essa autoridade dentro dela, se for caso disso.
-As doulas acompanham no parto que os seus clientes escolherem, seja ele no hospital ou em casa?
Claro que sim, é inclusivamente no parto hospitalar onde os profissionais de saúde não dispõem de tanto tempo para se dedicarem em exclusivo a uma pessoa em trabalho de parto, que o papel da doula é ainda mais importante, e com benefícios cientificamente comprovados. Mesmo em caso de cesariana, a Doula facilita informação e apoio, durante e após, de forma a encontrar as melhores soluções para cada um/a.
-O tipo de parto que a mulher escolhe é sugerido pela doula ou ela não interfere de nenhuma forma nessa escolha?
A doula não faz escolhas pela mulher/casal. A doula não dá opiniões, não faz atos médicos, não interfere com a equipa médica e as escolhas que faz são unicamente para a sua vida. Cada pessoa é responsável pelas suas escolhas e a doula, idealmente, ajuda a criar consciência para que as escolhas da pessoa/ casal sejam informadas, mas não influencia em nada estas escolhas. Isso seria retirar o poder da mulher/casal e todxs queremos é devolver esse poder pessoal e protagonismo. Para que a responsabilidade das escolhas da mulher/casal sejam deles e não da doula, ou do médico, ou mesmo da sogra ou outro interveniente.
-Quais são as considerações especiais que se deve ter em conta em relação ao parto?
O parto é um evento psicológico, emocional, físico e sexual da sua Vida mais íntima e privada. Que acontece principalmente na cabeça e que é através desse evento que a vida do teu bebé vai surgir. Que traz medos, receios. Que assusta, mas que se consegue. Já o conseguimos há muitos milhares de anos. E ela também vai conseguir e isso vai mudar a Vida dela, de todos à sua volta. Mas precisa responsabilizar-se, informar-se, sentir, ir mais fundo.
-Qualquer mulher pode optar por ter um parto hospitalar ou um parto em casa em Portugal?
O parto em casa é tão ou mais seguro que o parto hospitalar segundo os estudos científicos mais recentes desde que acompanhado por profissionais de saúde competentes (enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica ou parteiras/os). Mas exige algumas considerações. A mulher precisa ser saudável, com um bebé de termo saudável também. Gravidezes de risco devem ser atendidas no hospital. De resto, se a mulher se sentir segura em casa, o parto pode ocorrer lá. Se apenas se sentir segura no hospital, mesmo sendo uma gravidez de baixo risco, é no hospital que deve ter o seu bebé. Porque cada mulher deve apenas ter o seu bebé no local onde se sentir mais segura! Já fez o seu Plano de parto? isso vai ajudar a esclarecer dúvidas.
- Há organizações que não permitem homens como doulas ou mulheres sem filhos, porque é isso?
Porque há e haverá sempre pessoas que acham que são melhores que as outras, metendo cada um de nós em caixinhas, separados uns dos outros. Se acreditas em caixinhas e rótulos, é onde deves ir. Se por outro lado acreditas que todas as pessoas têm potencialidades e que somos livres de ser quem quisermos, és bem vinda a esta aventura. Mas já agora, pergunta-te, acreditas mesmo que um homem não poderia fazer esse trabalho? Ou uma mulher sem filhos? E os/as obstetras e enfermeiros/as que atendem partos e gravidezes, mas são homens ou mulheres, também por vezes sem filhos? Liberta-te de crenças limitantes e serás tão mais feliz. Há espaço para todos e todas.
- Ouvimos falar das doulas que fazem partos. É verdade?
Se ouviste falar em pessoas assim deverás escrever uma reclamação à Ordem dos Enfermeiros para que estes indiquem essas mulheres ao Ministério Público, pois essas práticas são perigosas. Apenas o/a enfermeiro/a especialista em saúde materna e obstétrica pode garantir a segurança da mãe e bebé em partos de baixo risco. Uma doula deverá ter um Código de Ética e nesse código deve expressar claramente que esta não efetua atos médicos. Se a vossa doula não tem código de ética, isso por si só, já é um mau princípio.
-Depois de fazer o curso de Doula convosco, sou obrigada a ficar na Rede durante algum tempo?
Claro que não! Podes fazer o que quiseres com a informação que receberes, com o eventual crescimento que vivenciares connosco, e depois se quiseres, segue o teu caminho. Temos algumas regras que precisam ser cumpridas, que garantam o teu diploma no final (como respeitar o Código de Ética, ter abertura ao trabalho emocional, a entrega de trabalhos escritos, da anamnese, os pagamentos em dia, uma boa avaliação continua, quantitativa e qualitativa, etc.), e a tua presença na Rede (a acrescentar a tua quota anual do site), mas nada nem ninguém vos obrigada a ficar ou a ser doula. Se estiveres muitos anos fora, e desejas voltar, deverás repetir o teu curso (a custo zero quando repetes).
Para além do Código de Ética, existem outras linhas orientadoras na Rede?
Sim, claro. Algumas dessas linhas são:
-Quando se pode contactar uma Doula? As doulas trabalham só com a mulher/pessoa grávida ou também com o pai do bebé ou outra pessoa significativa?
Pode contactar uma doula quando quiser. O ideal seria antes de engravidar para que a consciência do processo seja mais profunda. E sim, trabalhamos também com o pai do bebé, ou com quem estiver a acompanhar a grávida, seja a companheira, parente, pessoa significativa, etc.
-Onde podemos encontrar uma Doula? Como sabemos que a doula que escolhemos é competente para o trabalho que está a desenvolver?
Podem encontrar uma doula aqui ou no Facebook em Rede Portuguesa de Doulas. Todas as doulas seguem um Código de Ética, e todas têm apoio no seu trabalho, tendo supervisão e intervisão (doulas mentoras) Se alguma Doula faltar a este código de ética, ela não fará mais parte da Rede. Se tiverem alguma dúvida, questão ou reclamação, existe no site um espaço para isso.
-Uma doula pode ser útil quando um casal está a tentar engravidar e não consegue?
Claro que sim, faz todo o sentido. Muitas pessoas nos procuram ainda antes de engravidar porque desejam estar informadas da melhor maneira para que a sua gravidez antes de mais aconteça, e que aconteça de forma saudável, segura e mais consciente. Com toda a informação baseada em evidências, mas também com trabalho emocional.
-Quando acontece uma gravidez não planeada pelo casal e a mãe fica em estado de choque, a doula pode ajudar a ultrapassar este estado e aceitar a situação?
Muitas gravidezes não são planeadas, mas desejadas e mesmo assim é um turbilhão de emoções. Por um lado quer-se, por outro "agora" não. Também há medo, como os medos de não ser capaz, de perder o bebé, ou de não querer agora uma responsabilidade tão grande, ao mesmo tempo um desejo enorme de estar grávida! Parece loucura, mas não. A doula acompanha cada etapa desta fase, recordando a naturalidade deste processo e em caso de necessidade, encaminhando para profissionais de saúde quando a doula percebe que alguma situação a transcende.
-As grávidas assistem habitualmente a consultas de pré-natal, as doulas acompanham-nas?
Se esse for o desejo da mulher/casal, claro que sim. Mas queremos pessoas autónomas e responsáveis, por isso antes da consulta vamos apoiar na compreensão de termos técnicos, opções, escolhas informadas para que se sinta informada e não perdida nessas consultas, como por vezes acontece. A doula não é uma bengala, pelo contrário, mune-a de ferramentas para que ela aprenda a sentir essa autoridade dentro dela, se for caso disso.
-As doulas acompanham no parto que os seus clientes escolherem, seja ele no hospital ou em casa?
Claro que sim, é inclusivamente no parto hospitalar onde os profissionais de saúde não dispõem de tanto tempo para se dedicarem em exclusivo a uma pessoa em trabalho de parto, que o papel da doula é ainda mais importante, e com benefícios cientificamente comprovados. Mesmo em caso de cesariana, a Doula facilita informação e apoio, durante e após, de forma a encontrar as melhores soluções para cada um/a.
-O tipo de parto que a mulher escolhe é sugerido pela doula ou ela não interfere de nenhuma forma nessa escolha?
A doula não faz escolhas pela mulher/casal. A doula não dá opiniões, não faz atos médicos, não interfere com a equipa médica e as escolhas que faz são unicamente para a sua vida. Cada pessoa é responsável pelas suas escolhas e a doula, idealmente, ajuda a criar consciência para que as escolhas da pessoa/ casal sejam informadas, mas não influencia em nada estas escolhas. Isso seria retirar o poder da mulher/casal e todxs queremos é devolver esse poder pessoal e protagonismo. Para que a responsabilidade das escolhas da mulher/casal sejam deles e não da doula, ou do médico, ou mesmo da sogra ou outro interveniente.
-Quais são as considerações especiais que se deve ter em conta em relação ao parto?
O parto é um evento psicológico, emocional, físico e sexual da sua Vida mais íntima e privada. Que acontece principalmente na cabeça e que é através desse evento que a vida do teu bebé vai surgir. Que traz medos, receios. Que assusta, mas que se consegue. Já o conseguimos há muitos milhares de anos. E ela também vai conseguir e isso vai mudar a Vida dela, de todos à sua volta. Mas precisa responsabilizar-se, informar-se, sentir, ir mais fundo.
-Qualquer mulher pode optar por ter um parto hospitalar ou um parto em casa em Portugal?
O parto em casa é tão ou mais seguro que o parto hospitalar segundo os estudos científicos mais recentes desde que acompanhado por profissionais de saúde competentes (enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica ou parteiras/os). Mas exige algumas considerações. A mulher precisa ser saudável, com um bebé de termo saudável também. Gravidezes de risco devem ser atendidas no hospital. De resto, se a mulher se sentir segura em casa, o parto pode ocorrer lá. Se apenas se sentir segura no hospital, mesmo sendo uma gravidez de baixo risco, é no hospital que deve ter o seu bebé. Porque cada mulher deve apenas ter o seu bebé no local onde se sentir mais segura! Já fez o seu Plano de parto? isso vai ajudar a esclarecer dúvidas.
- Há organizações que não permitem homens como doulas ou mulheres sem filhos, porque é isso?
Porque há e haverá sempre pessoas que acham que são melhores que as outras, metendo cada um de nós em caixinhas, separados uns dos outros. Se acreditas em caixinhas e rótulos, é onde deves ir. Se por outro lado acreditas que todas as pessoas têm potencialidades e que somos livres de ser quem quisermos, és bem vinda a esta aventura. Mas já agora, pergunta-te, acreditas mesmo que um homem não poderia fazer esse trabalho? Ou uma mulher sem filhos? E os/as obstetras e enfermeiros/as que atendem partos e gravidezes, mas são homens ou mulheres, também por vezes sem filhos? Liberta-te de crenças limitantes e serás tão mais feliz. Há espaço para todos e todas.
- Ouvimos falar das doulas que fazem partos. É verdade?
Se ouviste falar em pessoas assim deverás escrever uma reclamação à Ordem dos Enfermeiros para que estes indiquem essas mulheres ao Ministério Público, pois essas práticas são perigosas. Apenas o/a enfermeiro/a especialista em saúde materna e obstétrica pode garantir a segurança da mãe e bebé em partos de baixo risco. Uma doula deverá ter um Código de Ética e nesse código deve expressar claramente que esta não efetua atos médicos. Se a vossa doula não tem código de ética, isso por si só, já é um mau princípio.
-Depois de fazer o curso de Doula convosco, sou obrigada a ficar na Rede durante algum tempo?
Claro que não! Podes fazer o que quiseres com a informação que receberes, com o eventual crescimento que vivenciares connosco, e depois se quiseres, segue o teu caminho. Temos algumas regras que precisam ser cumpridas, que garantam o teu diploma no final (como respeitar o Código de Ética, ter abertura ao trabalho emocional, a entrega de trabalhos escritos, da anamnese, os pagamentos em dia, uma boa avaliação continua, quantitativa e qualitativa, etc.), e a tua presença na Rede (a acrescentar a tua quota anual do site), mas nada nem ninguém vos obrigada a ficar ou a ser doula. Se estiveres muitos anos fora, e desejas voltar, deverás repetir o teu curso (a custo zero quando repetes).
Para além do Código de Ética, existem outras linhas orientadoras na Rede?
Sim, claro. Algumas dessas linhas são:
- Adaptação ao Imprevisto:
- Contexto Doula: Uma doula frequentemente lida com situações imprevistas durante o trabalho de parto. Isso pode incluir mudanças no plano de parto, complicações inesperadas ou necessidades inesperadas da gestante.
- Abordagem: A habilidade de se adaptar rapidamente é crucial. As doulas precisam ser flexíveis, tranquilas e capazes de ajustar-se às circunstâncias, mantendo sempre o foco no bem-estar físico e emocional da gestante.
- Gestão Emocional:
- Contexto Doula: O trabalho da doula envolve lidar não apenas com as emoções da gestante, mas também com as suas próprias emoções. A empatia e a capacidade de oferecer suporte emocional são fundamentais.
- Abordagem: Desenvolver uma compreensão profunda das emoções, praticar a empatia e manter a calma são essenciais. As doulas também podem beneficiar de técnicas de gestão emocional pessoal para manter um equilíbrio saudável.
- Eficiência:
- Contexto Doula: A eficiência é crucial para garantir que a gestante receba o melhor suporte possível durante o trabalho de parto, especialmente quando há mudanças rápidas nas condições.
- Abordagem: Planeamento antecipado, comunicação clara e a capacidade de realizar múltiplas tarefas são habilidades importantes. Manter-se atualizada com as práticas de parto e protocolos médicos também contribui para a eficiência.
- Gestão de Conflitos:
- Contexto Doula: Conflitos podem surgir entre a equipa médica, a gestante e os membros da família. Lidar com essas dinâmicas é parte do papel da doula.
- Abordagem: Desenvolver habilidades de comunicação eficazes, praticar a empatia e atuar como uma mediadora são essenciais. A doula desempenha um papel fundamental na criação de um ambiente colaborativo.
- Gestão de Prioridades:
- Contexto Doula: as Doulas precisam avaliar constantemente as necessidades e prioridades da gestante, adaptando o suporte conforme necessário, e as suas prioridades igualmente.
- Abordagem: Saber identificar as prioridades em constante mudança, comunicar eficazmente essas decisões e ajustar o plano de apoio são habilidades cruciais. A doula deve estar preparada para reavaliar e priorizar conforme a situação evolui.
- Auto Gentileza:
- Contexto Doula: A natureza do trabalho de uma doula pode ser emocionalmente desafiadora. Cuidar de si mesma é essencial para oferecer o melhor suporte possível.
- Abordagem: Incorporar práticas de autocuidado, reconhecer e respeitar os próprios limites emocionais e físicos é vital. A auto gentileza permite que as doulas continuem a oferecer apoio de qualidade de maneira sustentável.